sábado, 11 de abril de 2009

Dia chuvoso.


Tenho somente 25 minutos para escrever, então sem mais delongas, desculpem por passar tanto tempo fora, estava ocupada demais com afazeres estudantis e até domésticos.
Primeiramente, boa noite.
Meu eu lírico está triste e insatisfeito, tenham paciência com ele.
Dia chuvoso.

Cidade quente, calor demasiadamente agradável.
Feriado, reunião de famílias, rever aquela paixão distante, shows, festas, sol e um dia chuvoso. Dia chuvoso olho para meu cachorro ele está a olhar para a janela como se visse além dos pingos de chuvas, algo a mais... O que seria ponho me a pensar, esses pingos que caem do céu molham o chão e somem, é claro, é claro... São o ciclo continuo da água, mas de onde vem tanta água? E se a cada lágrima que derrubássemos no chão virasse uma gota? Seriam "milágrias”, sentimentos demais, felicidades, paixão, dor, tristeza.
A cada gota de chuva que cair no chão meu cachorro já dominado pelo sono fechava os olhos -ora essa! Vamos dar uma volta - gritei com o coitado, coloquei-o a coleira, e partimos, passando por prédios, ruas vazias, avenidas mortas, e a chuva molhava lentamente a lente dos meus óculos e os pelos do pequeno, não nos preocupávamos, era só chuva. Até que a chuva ficando cada vez mais forte como se dissesse: '' espere aí, vocês vão ter de parar e me dar atenção, me ver cair. '' Paramos nós, em uma barraquinha de coco e começamos a dar atenção para a chuva.
Não deu nem um minuto se quer, e um ancião veio me perguntar porque estava eu debaixo de uma barraca, vendo a chuva cair, e o cachorro brincar com os pingos que incomodavam sua orelha; de princípio hesitei, e parando para pensar não tinha mesmo, motivo nenhum de sair do meu quarto, da minha cama, para ir caminhar em um dia chuvoso pela cidade com meu cachorro, ora essa! Onde estava eu com a cabeça, deverás ser a única pessoa que perde tempo em ver a chuva cair! Mas já era sem tempo, estávamos ilhados, e a única coisa que poderíamos fazer, era realmente esperar a chuva passar...
Naquela cidade chuvosa e vazia, não se via nada, além do mar, de alguns coqueiros, e do doce som da chuva. 30 minutos, foi o que demorou para tudo voltar ao normal, começaram os carros a sair de casa buzinando ferozmente, como se andassem atrasados, pessoas passavam correndo por mim, não olhavam pros lados nem para trás, o pobre ancião voltou a seus afazeres e nem se preocupou em dizer adeus, crianças brincavam, adolescentes brigavam, toda a rotina já tinha voltado em passar de simples minutos.
Já era hora de voltar para a casa, abrindo o portão percebi o som da televisão, os vizinhos brigando alto, sino da igreja chamando os fiéis. -CHEGA!- gritei. Sem motivo aparente, todos me olharam, comecei a falar sozinho, mesmo que ninguém ouvisse: '' será que hoje em dia, ninguém percebe a beleza e o poder de ficar só, de aproveitar o belo da gota de chuva caindo no chão, não se preocupar com cuidados capilares e deliciar em um banho de chuva, dizer bom dia a alguém que não conhecemos, simplesmente porque realmente É UM BOM DIA ''
o tempo fechou, e voltou a chover, algumas pessoas desistiram de sair de casa, e outras xingando o São Pedro e até pessoas que não tem nada haver com isso continuaram o seu caminho, é... Ninguém tinha prestado atenção no que eu disse, ninguém além de mim mesma, que sem pensar duas vezes sai debaixo do telhado, soltei os cabelos olhei pra cima, e senti o delicioso gosto da chuva tocando minha pele.
Escrevo agora essa história, mas quando cheguei molhada no quarto, e mostrei ao meu amado o que alegou foi que eu estava louca, e iria pegar uma gripe. Mas, sinceramente, prefiro uma gripe de aproveitar o poder e a beleza do que me resta de natural, natureza. Do que ficar na cama esperando aquele e-mail chegar. Não precisamos viajar quilômetros para presenciar algo belo, pequenas belezas passam despercebidas diariamente.

-boa noite.

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